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Observando as entranhas do piano

A luteria de piano é o que pode ser visto, entre os dias 11 e 29 de novembro, no Museu Nacional da República (Esplanada dos Ministérios). A exposição Lição de Anatomia apresenta o trabalho do luthier Rogério Resende e 11 exemplares representativos de sua coleção de pianos, que já chegam a mais de 70 instrumentos em perfeito estado de conservação e funcionamento.

De quantas partes é feito um piano? Se for um legítimo Steinway & Sons, famosa marca norte-americana, pode dizer que o rei dos instrumentos musicais leva mais de 12 mil peças. Essas imensas máquinas, que chegam a pesar meia tonelada, em média, não são consideradas à toa um dos mais completos instrumentos, devido ao alcance de suas oitavas musicais.

Se forem dissecados, os pianos revelam uma fascinante anatomia, um intrincado mundo de madeira, metal e outros materiais em equilibrada relação, que envolve a música, mas também conhecimentos da física, da matemática e da química. Por trás deles, só mesmo profissionais, como o luthier, com conhecimentos interdisciplinares (e sensibilidade) para fazê-los soar como devem, a serviço da arte do encantamento dos sons, a música.

Um dos principais pianos expostos na Lição de Anatomia, de fato, nem está funcionando, mas ajudam o público a entender melhor a fina arte da restauração de pianos. Trata-se de um Steinway & Sons, de 1875. Resende o encontrou pegando chuva, abandonado em uma propriedade na área rural no Gama.

"O desafio é fazê-lo voltar ao que originalmente foi um dia. Esse instrumento tem o corpo feito de legítima madeira brasileira, o jacarandá, atualmente considerada extinta. Os americanos a conhecem por rosewood. Os entalhes aplicados nos detalhes revelam o grande trabalho artesanal em sua manufatura. Além disso, desafio mesmo vai ser devolver os ricos tons dessa maravilha de piano", afirma Rogério Resende.

O trabalho meticuloso de restauração dessa peça deve dura mais de um ano. Esse é o tempo médio que o luthier Rogério Resende leva em cada peça que precisa desse tipo de restauração, em sua oficina, a Casa do Piano, localizada em uma chácara na área rural do Núcleo Bandeirante.

Conhecido pelo Museu Itinerante do Piano, Rogério Resende é um dos raros profissionais do ramo que se dedica à afinação, conserto, reforma, aluguel, guarda e transporte de pianos em todo o Distrito Federal.

Na exposição, o visitante vai se deparar com um magnífico Essenfelder, piano brasileiro feito em Curitiba (PR), em 1960. Este vem a ser o primeiro piano de cauda que chegou em Brasília. O exemplar pertenceu à Igreja Memorial Batista e, assim como os demais, recebeu o toque profissional da luteria da Casa do Piano.

Outro destaque chama a atenção pelo visual inusitado: um piano duplo, isto é, com teclados em lados opostos no mesmo instrumento. Trata-se de uma réplica de um piano francês Pleyel. Resende construiu essa joia de 900 kg a partir de uma fotografia. Nele, podem tocar um, dois, três ou quatro pianistas ao mesmo tempo.

Onde: Museu Nacional da República

Quando: De 11 a 29 de novembro, visitação de terça a domingo, das 9h às 18h30. Apresentações musicais nos dias 11/11, 20/11 e 27/11, às 19h30. Entrada franca.

Haverá ainda mais duas apresentações de música clássica, sempre às 3as feiras, às 19h30:

17 de novembro – Recital a quatro mãos em piano duplo com Elenice Maranesi e Ana Amélia Gomide

27 de novembro – Recital de piano com Joel Bello Soares

Fonte: http://www.asclaras.com/

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