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Quanto vale o show?

O supergrupo é exemplo para músicos que sonham em viver exclusivamente de arte. Com disco recém-lançado, De Lá Até Aqui, o Móveis colhe os frutos de mais de 15 anos de estrada. "Tocamos de graça várias vezes. Mas tocar sem receber quando não tem dinheiro é bem diferente de quando não querem pagar por malandragem", explica o saxofonista Esdras Nogueira. Formado em 2009, o quarteto taguatinguense PlusUltra luta pelo seu espaço no meio musical, mas os integrantes fazem questão de manter seus empregos paralelos.

A banda já teve prejuízo ao ser convidada para tocar em uma casa de shows que se negou a pagar o couvert. "O cenário independente nos força a tocar de graça, até mesmo para experimentar o som da banda ao vivo", argumenta o baixista Luiz Paulo. Ele destaca ainda a existência dos oportunistas de plantão, que – segundo ele – tiram vantagem de quem quer divulgar seu som.

Dois lados da moeda

"Temos que agitar o público para conferir o show, essa é a nossa garantia para receber o couvert. Algumas vezes, a casa fica com 30% do valor total da bilheteria, reservando 70% para quem toca. Se for mais de uma banda, o couvert é baixo, por exemplo", explica o baixista.

Apesar disso, ele encara com humor a falta de pagamento. "Já tocamos em troca de cerveja. Às vezes, o dono do espaço acaba até liberando nossas comandas", comenta Luiz.

Porcentagem acertada e contrato verbal

Há dez anos na estrada, a banda experimental Besouro do Rabo Branco já passou por várias saias-justas. O vocalista Gabriel Costa conta que o grupo precisou tocar algumas vezes de graça no início da carreira. "Ainda mantemos essa prática, dependendo do evento", destaca o músico.

"O contrato acontece verbalmente e é comum o espaço descontar uma parte da grana. Algumas casas não facilitam a vida dos músicos", reclama. "Sabemos que o cliente não é obrigado a pagar o couvert. Quando tocamos, improvisamos uma bilheteria na entrada do local para que não haja problemas", explica o vocalista.

O empresário Gustavo Schettini Guimarães, dono da casa de shows Velvet, conta que cerca de 80% das bandas tocam na casa em troca de couvert.

O espaço fica com uma parcela da bilheteria para cobrir custos de manutenção e energia elétrica. "Os músicos ficam com cerca de 60, 70% da bilheteria e o acerto é verbal", conta Gustavo.

Para quem reclamar?

De acordo com a assessoria de imprensa do Instituto de Defesa do Consumidor (Procon), “não compete ao órgão fiscalizar a prática de cachê e proprietário, de acordo com o departamento jurídico. Essa relação não configura prática de relação de consumo, conforme o Código de Defesa do Consumidor”.

Fonte: www.clicabrasilia.com.br

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